domingo, 20 de fevereiro de 2011

Doenças Cardiovasculares 4: Doença Cardíaca Congénita

  • Congénito significa «presente no nascimento».

Os defeitos cardíacos congénitos são anormalidades anatómicas causadas pelo desenvolvimento defeituoso do coração durante a vida fetal. 
Existem inúmeros tipos de defeitos, mas este podem ser divididos em dois grupos:

  1. Os que deixam passar demasiado sangue do coração para os pulmões e insuficiente para o resto do corpo;
  2. Os que deixam passar sangue insuficiente para os pulmões, fazendo com que o sangue que vai para o corpo contenha uma quantidade insuficiente de oxigénio. 

Alguns defeitos congénitos:

    1. Coarctação da aorta: estreitamento localizado na aorta que reduz o fornecimento de sangue à parte inferior do corpo. Conduz à falta de ar e palidez e incapacidade de se alimentar;





    2. Transposição das grandes artérias: as duas artérias principais (a artéria pulmonar e a aorta) que transportam sangue do coração saem dos lados errados do coração. 







   3. Defeito do septo ventricular: Existência de um orifício  na parede divisória entre os ventrículos. Algum do sangue oxigenado do ventrículo esquerdo passa através do orifício para o ventrículo direito, o que resulta em excesso de sangue para os pulmões. Este defeito tende a diminuir à medida que a criança cresce, em geral fecha-se completamente.  
   4. Tetralogia de Fallot: trata-se de uma combinação de quatro anomalias - uma válvula estreitada na artéria pulmonar, que vai para os pulmões, defeito do septo ventricular, uma aorta deslocada que atravessa a parede divisória e uma parede do ventrículo esquerdo anormalmente espessa. Sangue insuficiente passa para os pulmões para ser oxigenado e, deste modo, o enorme volume bombeado para o corpo com falta de oxigénio conduz à falta de ar. É necessária a cirurgia.

   5. Defeito do septo auricular: observa-se um orifício na parede divisória entre as duas aurículas, que resulta em excesso de sangue nos pulmões.
   6. Estenose pulmonar: existe um estreitamento da válvula pulmonar, o que obriga o músculo cardíaco a trabalhar mais para empurrar o sangue através da área estreitada. O grau de estreitamento pode ser ligeiro, moderado ou grave.



Causas:

O coração forma-se nas primeiras semanas de gravidez (entre a 6ª e a 12ª semana), logo será neste período que ocorre a formação dos defeitos cardíacos.

  • Infecção Viral: se uma mulher grávida contrair uma infecção viral neste período, em particular a rubéola, existe a possibilidade de se desenvolver na criança uma anormalidade cardíaca;
  • Diabetes: a diabetes mal controlada numa mulher grávida aumenta o risco de defeito cardíaco numa criança.

A doença cardíaca congénita acompanha em geral anormalidades congénitas que afectam outras partes do corpo. Cerca de 30% a 40% dos bebés nascidos com a síndrome de Down têm um defeito cardíaco. Existem também um ligeiro aumento na incidência de alguns tipos de defeitos em gémeos.


Sintomas:

  1. Excesso de sangue nos pulmões e insuficiente no corpo:
  • falta de ar;
  • cansaço.
   2. Insuficiente sangue nos pulmões e oxigénio insuficiente que vai para o corpo:
  • cor azulada dos tecidos, principalmente nos lábios e unhas.

Mariana Mondego

2 comentários:

  1. QUANDO ESTE DEFEITO OU SEJA, ESTE ORIFÍCIO NÃO É FECHADO NA FASE DE CRIANÇA, E HOJE A PESSOA SE ENCONTRA COM 37 ANOS DE IDADE, QUAL A OPINIÃO COM RELAÇÃO UMA POSSÍVEL CIRURGIA CARDIÁCA? É UMA CIRURGIA COM GRANDES RISCO, OU DEVEMOS ESPERAR ALGUM TEMPO, OU NÃO SE DEVE MEXER COM CIRURGIA? CASO NÃO FAÇA A CIRURGIA, QUAL OS POSSÍVEIS SINTOMAS E PROBLEMAS CAUSARÃO NA VIDA DESTA PESSOA? AGUARDO UM PARECER DE UMA PESSOA QUALIFICADA DA ÁREA. DESDE JÁ AGRADEÇO.

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  2. A necessidade de cirurgia depende do tipo de defeito. Normalmente, a cirurgia é feita em criança, entre os três e seis anos. Se o defeito for mais grave pode ser necessária a cirurgia de emergência durante as primeiras semanas de vida.
    Alguns defeitos são corrigidos naturalmente enquanto outros têm de ser corrigidos através de uma operação. Mesmo que não seja necessária a cirurgia, o estado da criança é controlado cada dois a três anos.
    Estes defeitos são frequentemente diagnosticados antes do nascimento através da ecografia. Mas se não forem detectados nessa altura são certamente detectados mais tarde, uma vez que a criança pode apresentar alguns sintomas como falta de ar em caso de esforço físico e cansaço depois de um esforço pequeno.
    Mas o melhor que tem a fazer é consultar um profissional qualificado nesta área, um cardiologista, para ele lhe explicar o procedimento da cirurgia e avaliar o seu caso.
    Espero ter conseguido esclarecer algumas das suas dúvidas :) Se tiver mais alguma dúvida, estaremos aqui para o/a (tentar) esclarecer.
    Obrigada

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