terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Substância do Viagra eficaz para tratar insuficiência cardíaca diastólica


Um estudo conjunto da Ruhr-Universität (Alemanha) e da Mayo Clinic (EUA) revela o mecanismo segundo o qual a substância sildenafila, o componente activo do conhecido Viagra (que trata a disfunção eréctil, alivia problemas cardíacos.

Segundo a experiência que deu origem ao artigo, publicado na revista «Circulation», a substância melhorou a condição de cães que sofriam de insuficiência cardíaca diastólica. Esta doença faz com que o sangue não consiga encher suficientemente o coração durante o período diástole, ou seja, de relaxamento muscular. Esta substância é já utilizada para tratar a hipertensão pulmonar.

Os cientistas mostraram que a sildenafila torna as paredes rijas do coração outra vez mais elásticas. A droga activa uma enzima que faz com que a proteína gigante Titina (cuja função está relacionada com a contracção e a elasticidade muscular) relaxe as células miocárdias.
A sindenalila inibe uma enzima específica, a fosfodiesterase  5 A, que aumenta a formação da substância mensageira Monofosfato cíclico de guanosina (cGMP). Esta substância, por sua vez, activa as proteínas quinases G, que ligam grupos de fosfatos a certas proteínas.  
Este processo de fosforilação faz com que os vasos sanguíneos relaxem. A proteína do músculo cardíaco Titina é também fosfatizada através do mesmo mecanismo. “As moléculas Titina são semelhantes a elásticos”, explicam os investigadores, acrescentando que a actividade da proteína quinase G faz com que a Titina relaxe. Isto torna as paredes cardíacas mais elásticas. O efeito ocorre alguns minutos depois da toma do medicamento.
“Dos pacientes com mais de 60 anos que são hospitalizadas por causa de um coração fraco, metade sofre de insuficiência cardíaca diastólica”, esclarecem os autores. A eficácia da sildenafila em pessoas está já a ser testada.

In  http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52333&op=all

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Coração doente agradece casamento feliz

O matrimónio feliz aumenta a longevidade, após cirurgia de revascularização cardíaca, sendo a recompensa dessa felicidade conjugal mais forte nas mulheres. A conclusão é da investigação publicada na Health Psychology, da American Psychological Association. Segundo este estudo da Universidade de Rochester, as pessoas nesta condição têm, até três vezes mais, hipóteses de viverem mais 15 anos após esta cirurgia. "Existe algo nos bons relacionamentos que ajuda as pessoas a permanecerem no curso da vida", refere Kathleen King, coordenadora do estudo. Harry Reis, co-autor do trabalho, também frisa que o efeito no casamento é tão importante para a sobrevivência, após a cirurgia, quanto outros factores de risco, como tabagismo, obesidade ou hipertensão. Neste estudo, os autores citam ainda investigações anteriores, segundo as quais pessoas que têm um casamento feliz são menos susceptíveis a algumas inflamações, relacionadas com doenças cardíacas.


In Jornal de Leiria, edição 1416.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Estudo relaciona satisfação com saúde cardíaca

Um estudo publicado no European Heart Journal concluiu que as quatro áreas chave da felicidade e da protecção da saúde coronária estão no trabalho, família, sexualidade e auto-satisfação. O trabalho envolveu oito mil funcionários públicos britânicos, numa média etária de 49 anos, e verificou que a satisfação nestas quatro áreas reduziu em 13 por cento o risco de doença cardíaca. Segundo uma autora do estudo, Julia Boehm, da Harvard School of Public Health, estes dados surgem que as pessoas com alto risco de doença cardíaca deveriam poder beneficiar de programas para tornar o seu estado mental mais positivo.


(+ info: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50011&op=all)

domingo, 22 de maio de 2011

Angioplastia Cardíaca - Vídeo

Aqui fica dois vídeos sobre a angioplastia cadíaca:






Mariana Mondego

sábado, 14 de maio de 2011

Os potências do sorriso e da música

Ouvir as músicas que mais gostamos ou piadas engraçadas pode baixar a pressão arterial de acordo com um pequeno estudo do American Heart Association, em Atlanta nos Estados Unidos.
No estudo, pesquisadores japoneses concluíram que as pessoas que frequentaram sessões de grupo baseados em música e risos, verificaram uma descida na sua pressão arterial, após três meses.
"Há definitivamente um efeito fisiológico, existindo algum tipo de conexão mente-coração" - afirma um pesquisador. 
Numa investigação da Universidade de Osaka Graduate School of Medicine escolheram, aleatoriamente, 90 homens e mulheres entre as idades de 40 e 74 para receber uma hora de música ou sessões de riso a cada duas semanas.
Nas sessões de música, os participantes ouviam e cantavam, baseando-se no estilo de música pop japonesa, clássica ou jazz. Para além disso, também foram incentivados a ouvir música em casa. Visto isto, as sessões de riso incluíam ouvir histórias japonesas de humor muito parecidos com stand-up comedy e do riso yoga.
Depois de três meses, a média da pressão sistólica dos grupos de música e risos baixou , enquanto que não houve alteração da mesma no grupo que não participou das sessões.
No entanto, a música e o riso não são a solução para baixar os níveis da pressão arterial, essencialmente no caso de pessoas hipertensas. Há que ter em conta a ingestão do sal e substituí-lo por condimentos alternativos, tal como, ervas aromáticas ou sumo de limão. Ter uma dieta variada e equilibrada, assim como a actividade física regular, contribui para um coração mais saudável.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deixe o sofá pelo seu coração!



Está provado: se se levantar mais vezes, por exemplo para beber água ou mudar o canal da televisão, diminui o risco de sofrer de doenças cardíacas.

Num estudo da Universidade de Queensland, Austrália, até quem é sedentário, mas faz várias pausas para levantar durante o dia, tem menor risco do que quem pratica actividades físicas e fica longos períodos sentado.
A pesquisa acompanhou 4.757 pessoas com mais de 20 anos entre 2003 e 2006. Estas foram monitorizadas durante 7 dias.
Contou ainda para o estudo alguns factores de risco de doença cardiovascular (aterosclerose, colesterol, triglicerídeos e perímetro abdominal).
Quem se movimentou mais teve todos os índices melhores.
"Já se sabe que a atividade física moderada ou intensa reduz o risco cardiovascular. O surpreendente é que o estudo mostra que mesmo as pequenas quebras no sedentarismo já ajudam", diz Raffael Fraga, cardiologista do Incor (Instituto do Coração).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Angina de Peito

A angina de peito é a dor torácica que surge em exercício e desaparece com repouso. Esta dor provém das fibras do músculo cardíaco que não têm oxigénio suficiente para o trabalho que fazem (devido ao fornecimento inadequado de sangue), ou seja, sempre que se faz um esforço físico. Outros factores que causam angina são o stress, o tempo frio ou uma refeição pesada.


Uma crise de angina começa com uma dor pesada e opressiva sob o externo. Pode estender-se à garganta e ao maxilar inferior, e pelos braços, especialmente pelo esquerdo. A dor habitualmente desaparece ao fim de 10-15 minutos.

Figura 1: Locais onde ocorre dor.




Porque ocorre a angina?
A aterosclerose de uma artéria coronária provoca o estreitamento do vaso e uma redução do fluxo sanguíneo. Durante o esforço o coração bate mais depressa e a necessidade de oxigénio do músculo aumenta. Contudo, não pode passar mais sangue pela arté-ria estreitada e o músculo sofre uma "cãibra" levando à dor.


Mariana Mondego

domingo, 17 de abril de 2011

Mantenha-se vivo (Staying Alive)!

A canção de sucesso dos Bee Gees «Staying Alive», de há muitos anos atrás, pode ajudar a definir a cadência ideal da marcha, sendo mesmo recomendada pela Fundação Americana de Cardiologia como o meio ideal para marchar o ritmo da caminhada.
Para acompanhar o ritmo desta música são necessários 100 passos por minuto, o que dá 3000 em meia hora e um percurso com a extensão de cerca de 3km. Por outras palavras, uma velocidade média aproximada de 6km à hora.
Embora seja largamente aceite o objectivo dos 10000 passos por dia, até como forma de motivar o aumento da actividade física, a verdade é que esta marcha de 3000 passos satisfaz as necessidades mínimas de actividade física diária, pelo menos para começar.
Curiosamente ou não, mas certamente espantoso, este ritmo do «Staying Alive» é também utilizado pelos instrutores dos cursos de suporte básico de vida para ensinar o ritmo apropriado da massagem cardiopulmonar.A Fundação  Americana de Cardiologia recomenda, informalmente, o ritmo desta canção como a cadência certa das compressões cardíacos, para recuperar os casos de paragem cardíaca.




Mais informação em: http://hypescience.com/musica-disco-dos-bee-gees-e-ideal-para-ressucitacao-cardiaca/


Filipa Carreira

domingo, 10 de abril de 2011

Batimento cardíaco



O coração é formado por músculo. As células musculares são auto-estimulantes, característica fundamental para o batimento cardíaco. Se se separarem estas células, colocando-as num meio de cultura, cada uma continua a pulsar independentemente, com um o seu ritmo.

Então como é que as contracções nas aurículas e nos ventrículos ocorrem com uma frequência suficiente para que o bombeamento do sangue seja eficiente e existam as batidas do coração?

É que no coração cada célula está unida a outra por junções GAP (também conhecidas por junções comunicantes) onde as células que tem um ritmo mais acelerado conduzem todas as outras, distribuindo o impulso para todo o órgão cuja velocidade de transmissão é tão rápida que o coração tem a capacidade de se contrair 72 vezes por minutos, 4.320 em uma hora e 103.680 em um dia.



Beatriz Vala

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Palestra - vídeo

Uma parte da nossa palestra realizada no dia 10 de Março 2011 com o Professor Doutor Manuel Antunes.



domingo, 3 de abril de 2011

Angioplastia Cardíaca

A Angioplastia é uma operação utilizada para alargar uma secção de artéria coronária que foi estreitada ou obstruída por um ateroma, de modo a melhorar a circulação. É realizada para tratar casos graves de angina, aterosclerose ou após um ataque cardíaco.


Como funciona?
Um catéter fino (tubo oco) é introduzido na artéria femoral na virilha (ou por vezes no braço), e passado até à aorta e para a rede coronária.





Quando se atinge a zona afectada, enche-se um minúsculo balão na ponta do catéter para alargar zona estreitada. Muitas vezes é colocada no lugar uma estrutura de rede expansível de aço inoxidável - stent -  depois de se retirar o catéter de balão. Isto impede a artéria de estreitar de novo.



Mariana Mondego

sexta-feira, 25 de março de 2011

Alimentos inteligentes

"Consumir grande variedade de vegetais e fruta é uma medida positiva para a saúde, tendo em atenção que ajudam a prevenir a hipertensão arterial e a hipercolesterolemia, dois importantes precursores de doença coronária e de acidente vascular cerebral. Os vegetais são o que podemos considerar alimentos inteligentes, mesmo insubstituíveis porque são ricos em fibra alimentar, vitaminas, minerais (incluindo cálcio e ferro) e antioxidantes que ajudam a defender o organismo das doenças cardiovasculares e do cancro, pelo que se devem comer abundantemente. O mesmo se pode dizer da fruta, mas porque tem algum açúcar e mais calorias deve ser ingerida com maior moderação. Para termos uma alimentação saudável não devemos esquecer das folhas dos vegetais verde-escuros (couve, alface, brócolos, espinafres, etc.), as variedades amarelo laranja (cenoura, batata-doce, abóbora, curgetes, ect.), os tomates, os pimentos, ect. Estes alimentos devem ser comidos crus ou cozinhados saudavelmente, como a vapor, salteados ou no microondas, evitando grande adições de gordura e sal ou mesmo a perda do seu conteúdo em nutrientes.
Outros alimentos que devem fazer parte regularmente da alimentação como as leguminas (grão, feijão, lentilhas), os cereais integrais, os frutos da época de todas as cores e os frutos secos.
(...) Em consonância com as recomendações das autoridades de saúde internacionais, deve-se comer, pelo menos, cinco doses de vegetais e fruta por dia (...)."


in Carrageta, Manuel Oliveira. Como ter um coração saudável. Âncora Editora, 2010.





Filipa Carreira

domingo, 20 de março de 2011

Espirrar faz parar o coração?

O que é um espirro?
Um espirro constitui uma irritação nasal ou alergénio. Quando espirramos, a pressão no interior do peito eleva-se, e o fluxo de retorno de sangue venoso ao coração fica limitado

Mas será verdade que pára?
O coração é capaz de compensar esta falha aumentando ligeiramente a pulsação, mas este órgão e respectiva actividade eléctrica não param quando se espirra.
Ou seja, espirrar faz parar o coração é absolutamente mentira!

Beatriz Vala

domingo, 13 de março de 2011

Distúrbios das Válvulas Cardíacas

A eficácia do coração, enquanto bomba, não depende apenas da força das suas contracções mas também do correcto funcionamento das suas quatro válvulas. Um grave distúrbio de válvula pode ter um efeito progressivamente debilitante que pode ser fatal, a não ser que se recorra a intervenção cirúrgica para corrigir o problema.
Duas das quatro válvulas do coração, situam-se entre a aurícula e o ventrículo, de cada lado do coração - a válvula tricúspide à direita e a válvula mitral à esquerda. As outras duas encontram-se à saída de cada ventrículo para as duas grandes artérias que transportam sangue do coração - a válvula pulmonar, na saída do ventrículo direito para a veia pulmonar, e a válvula aórtica, na saída do ventrículo esquerdo para a aorta.




Como funcionam as válvulas:
As válvulas permitem que o sangue saia e entre nos compartimentos do coração apenas numa direcção, sem qualquer retorno de sangue. Consistem em segmentos em forma de taça ou bacia, chamadas cúspides. Quando o sangue se desloca na direcção certa, as cúspides separam-se amplamente; quando o sangue tenta deslocar-se na direcção contrária, as cúspides fecham-se completamente e formam um selo impermeável.

Como vemos na figura a válvula mitral tem duas cúspides; as válvulas pulmonar, aórtica e tricúspide têm três cúspides.


Abertura e fecho:

A abertura e o fecho das válvulas são originados pelo movimento do sangue e pelas mudanças constantes de pressão em ambos os lados das válvulas.
As válvulas mitral e tricúspide estão sujeitas a uma pressão considerável quando os ventrículos se contraem. Para evitar que as cúspides das válvulas inchem em direcção às aurículas sob esta pressão, elas estão ligadas por fortes cordões fibrosos - cordas tendinosas - a pequenos músculos parecidos com dedos - músculos papilares - que se elevam das bases dos ventrículos. Os músculos papilares contraem-se e esticam as cordas quando as válvulas se fecham.

As válvulas aórtica e pulmonar, que são mais pequenas e possuem cúspides mais rígidas do que as outras duas válvulas, são menos propensas a serem afastadas da posição sob pressão, por isso não necessitam de igual mecanismo de fecho.

Tipos de Distúrbios: 

Os distúrbios dividem-se em dois grupos:
  1. distúrbio em que a válvula se estreita e deixa de abrir devidamente, isto acontece quando as válvulas se infectam ou calcificam - Estenose;
  2. distúrbio em que as válvulas deixam de se fecham devidamente - válvulas insuficientes.













  • A Válvula Aórtica:
- ESTENOSE AÓRTICA: a estenose aórtica pode estar presente desde o nascimento, pode ser secundária à degeneração das cúspides da válvula ou pode resultar de reumatismo cardíaco. O estreitamento do canal da válvula limita o desempenho do coração. O trabalho extra necessário para bombear sangue através de um escoamento estreitado conduz ao alargamento do ventrículo esquerdo.

SINTOMAS- falta de ar, desmaios e angina.

- INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: é um distúrbio das válvulas menos comum, que coloca um maior esforço sobre o ventrículo esquerdo, obrigando-o a engrossar e a dilatar. Para expedir o volume de sangue exigido pelo corpo, a subida da pressão arterial em cada contracção cardíaca é muito maior do que o normal. Mas, dado que o sangue pode retornar ao coração, a pressão em seguida cai a um nível invulgarmente baixo.

  • A Válvula Mitral: 
- ESTENOSE MITRAL: as cúspides das válvulas engrossam e geralmente contêm depósitos de sangue coagulado nas superfícies superiores. As cordas tendinosas podem ser encurtadas e manterem-se unidas.

SINTOMAS- falta de ar, cor roxa-rosada nas maçãs do rosto e nos lábios, infecções pulmonares e edema pulmonar.


- INSUFICIÊNCIA MITRAL: uma válvula mitral insuficiente pode ter muitas causas, sendo a mais comum a afecção conhecida por «válvula lassa», na qual uma ou ambas as cúspides de válvula intumescem em direcção à aurícula. Este defeito pode resultar de certas doenças raras que afectam os tecidos conjuntivos elásticos do corpo. Outras causas da insuficiência mitral incluem defeitos congénitos nas cúspides da válvula, perfuração da válvula causada por infecção e encurtamento das cordas tendinosas devido a reumatismo cardíaco.


  • A Válvula Tricúspide: A insuficiência tricúspide causa uma subida na pressão da aurícula direita e nas veias que fornecem sangue à aurícula direita. O efeito é geralmente ligeiro. Em casos graves, pode notar-se uma congestão nas veias do pescoço, o fígado aumenta de volume e existe retenção de fluído ao longo do corpo. Os efeitos da estenose tricúspide são semelhantes;

  • A Válvula pulmonar: Um distúrbio primário da válvula pulmonar é raro, mas pode ocorrer como uma estenose congénita ou como efeito secundário de outras doenças cardíacas. A insuficiência pulmonar é um resultado de uma subida da pressão arterial nos pulmões.

As válvulas tricúspide e pulmonar, situadas no lado direito do coração, são menos afectadas pela estenose e insuficiência em relação às do lado esquerdo.


Mariana Mondego

domingo, 6 de março de 2011

ECG e Exame de Holter

Electrocardiograma
A circulação sanguínea  baseia-se no fluxo de sangue originário de e para o coração. Neste órgão, o sistema de entrada e saída deste fluido processa-se por meio de sucessivas contracções (sístoles) e outros tantos relaxamentos (diástoles) das quatro cavidade que o compõem (duas aurículas e dois ventrículos). É este movimento, reproduzido sob a forma de pequenas correntes eléctricas, que se capta ao realizar um electrocardiograma (ECG)
O ECG consiste no registo da actividade eléctrica do coração, um processo de fácil realização e de grande utilidade para avaliar o funcionamento do coração. É muito utilizado em avaliações de rotina, vulgarmente denominadas check-up, e na avaliação pré-operatória, a fim de detectar eventuais anomalias assintomáticas, bem como para confirmar a suspeição clínica de determinadas doenças cardíacas.
O coração funciona mediante estímulos eléctricos, gerados ritmicamente em determinados centros especializados, normalmente no nódulo sinusal da aurícula direita, que ao percorreram sequencialmente todo o órgão determinam a contracção das suas câmaras. O electrocardiograma consiste em detectar estes sinais eléctricos na superfície do corpo, para depois ampliá-los e traduzi-los graficamente numa tira de papel contínuo, embora também seja possível observar o traçado num monitor.


Procedimento:
O exame não provoca qualquer dano ou desconforto ao paciente, pois este apenas tem que se despir da cintura para cima e deitar-se num cama. Para efectuar, é preciso colocar pequeno eléctrodos - pequenas placas metálicas ligadas através dos correspondentes cabos ao aparelho de registo -, que se fixam à pele através de ventosas. Colocam-se seis eléctrodos sobre o tórax, numa ordem precisa, e um em cada pulso e cada tornozelo. Depois, liga-se o aparelho, que ao receber os sinais dos eléctrodos efectua e sua impressão sobre uma tira de papel contínuo. O doente deverá retirar jóias ou outros acessórios metálicos (para não interferirem com os eléctrodos). 


Resultados:
Através de um registo de ECG, é possível observar-se uma série de linhas e curvas que traduzem o percurso do estímulo eléctrico pelo coração. Normalmente, distinguem-se cinco ondas diferentes, que se repetem em cada ciclo cardíaco e que são registadas no papel sob a forma de curvas, denominadas P, Q, R, S e T. A onda P corresponde à contracção das aurículas, enquanto que as ondas Q, R e S reflectem a contracção dos ventrículos e a onda T, o seu relaxamento. A análise e o estudo atento da forma e do sentido de todas estas curvas nos diferentes registos obtidos permitem saber se o impulso eléctrico segue um percurso normal ou se existe alguma anomalia patológica.


Interpretar resultados:
Uma vez que o ECG mostra a velocidade, a frequência e duração de cada batimento, este exame permite identificar situações como:

  • Ritmos anormais dos batimentos cardíacos;
  • Lesões do miocárdio e do pericárdio (membrana que rodeia o coração), facilitando a distinção entre um enfarte do miocárdio passado e um que esteja a decorrer;
  • Uma hipertrofia excessiva do músculo cardíaco, que pode ser consequência de uma situação de hipertensão arterial;
  • Existêcia de um músculo cardíaco fino ou inexistente, por ter sido substituído por tecido não muscular, situação que pode conduzir a um enfarte do miocárdio;
  • Chegada insuficiente de sangue e oxigénio ao coração;
  • Alterações da actividade eléctrica decorrentes de algum desequilíbrio químico no sangue (níveis anormais de cálcio e de potássio estão associados a arritmias);
  • Arritmias permanentes;
  • Entupimento das artérias pulmonares;
  • Risco anestésico de um paciente antes de uma cirurgia;
  • Acção de alguns fármacos que actuam sobre o coração, como os utilizados em casos de insuficiência cardíaca, e de aparelhos como pacemakers;
  • A causa das dores no peito.

Exame de Holter
Consiste num registo electrocardiográfico ambulatório (habitualmente de 24horas), baseado, praticamente, nos mesmo princípios, mas que se emprega para avaliar o funcionamento do coração durante um período mais prolongado e enquanto o paciente desenvolve as suas actividade habituais.


Preparação:
Tanto o ECG como o exame de Holter são estudos que normalmente não necessitam de qualquer preparação especial do paciente, embora seja conveniente não fumar nas horas antecedentes. Caso seja necessário a supressão de um medicamento ou outra medida para realizar algum exame, o médico avisá-lo-á oportunamente.

ECG.
Monitor Holter.

Filipa Carreira

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A verdade "light"

Ao longo dos últimos anos tem se vindo a consumir cada vez mais refrigerantes light ou sem açúcar, preferencialmente aos açucarados e calóricos. Muitas vezes esta preferência é motivada pelos efeitos secundários destes últimos, que em excesso podem provocar doenças cardiovasculares.


Uma nova investigação sugere que os refrigerantes light podem ser, a longo prazo, prejudiciais ao coração. Os números rondam 60% de probabilidade de vir a sofrer de problemas cardiovasculares


“Caso os nossos dados sejam  confirmados em estudos futuros, podemos dizer que os refrigerantes light não são os melhores substitutos das bebidas açucaradas, quando se trata de nos protegermos das doenças cardiovasculares”, sublinhou Hannah Gardener, investigadora da Miami Miller School of Medicine (EEUU) e  autora principal deste estudo.

A investigação foi feita ao longo de nove anos com um total de 3289 participantes de diferentes raças, com uma idade média de 40 anos. Esta incluía questões sobre o tipo e quantidade de bebidas que consumiam e o seu historial médico.

Durante este período, foram detectados 559 problemas cardiovasculares (acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos ou isquémicos) e alguns deles foram associados ao consumo de bebidas light, após a avaliação dos outros factores de risco.






Beatriz Vala

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Doenças Cardiovasculares 4: Doença Cardíaca Congénita

  • Congénito significa «presente no nascimento».

Os defeitos cardíacos congénitos são anormalidades anatómicas causadas pelo desenvolvimento defeituoso do coração durante a vida fetal. 
Existem inúmeros tipos de defeitos, mas este podem ser divididos em dois grupos:

  1. Os que deixam passar demasiado sangue do coração para os pulmões e insuficiente para o resto do corpo;
  2. Os que deixam passar sangue insuficiente para os pulmões, fazendo com que o sangue que vai para o corpo contenha uma quantidade insuficiente de oxigénio. 

Alguns defeitos congénitos:

    1. Coarctação da aorta: estreitamento localizado na aorta que reduz o fornecimento de sangue à parte inferior do corpo. Conduz à falta de ar e palidez e incapacidade de se alimentar;





    2. Transposição das grandes artérias: as duas artérias principais (a artéria pulmonar e a aorta) que transportam sangue do coração saem dos lados errados do coração. 







   3. Defeito do septo ventricular: Existência de um orifício  na parede divisória entre os ventrículos. Algum do sangue oxigenado do ventrículo esquerdo passa através do orifício para o ventrículo direito, o que resulta em excesso de sangue para os pulmões. Este defeito tende a diminuir à medida que a criança cresce, em geral fecha-se completamente.  
   4. Tetralogia de Fallot: trata-se de uma combinação de quatro anomalias - uma válvula estreitada na artéria pulmonar, que vai para os pulmões, defeito do septo ventricular, uma aorta deslocada que atravessa a parede divisória e uma parede do ventrículo esquerdo anormalmente espessa. Sangue insuficiente passa para os pulmões para ser oxigenado e, deste modo, o enorme volume bombeado para o corpo com falta de oxigénio conduz à falta de ar. É necessária a cirurgia.

   5. Defeito do septo auricular: observa-se um orifício na parede divisória entre as duas aurículas, que resulta em excesso de sangue nos pulmões.
   6. Estenose pulmonar: existe um estreitamento da válvula pulmonar, o que obriga o músculo cardíaco a trabalhar mais para empurrar o sangue através da área estreitada. O grau de estreitamento pode ser ligeiro, moderado ou grave.



Causas:

O coração forma-se nas primeiras semanas de gravidez (entre a 6ª e a 12ª semana), logo será neste período que ocorre a formação dos defeitos cardíacos.

  • Infecção Viral: se uma mulher grávida contrair uma infecção viral neste período, em particular a rubéola, existe a possibilidade de se desenvolver na criança uma anormalidade cardíaca;
  • Diabetes: a diabetes mal controlada numa mulher grávida aumenta o risco de defeito cardíaco numa criança.

A doença cardíaca congénita acompanha em geral anormalidades congénitas que afectam outras partes do corpo. Cerca de 30% a 40% dos bebés nascidos com a síndrome de Down têm um defeito cardíaco. Existem também um ligeiro aumento na incidência de alguns tipos de defeitos em gémeos.


Sintomas:

  1. Excesso de sangue nos pulmões e insuficiente no corpo:
  • falta de ar;
  • cansaço.
   2. Insuficiente sangue nos pulmões e oxigénio insuficiente que vai para o corpo:
  • cor azulada dos tecidos, principalmente nos lábios e unhas.

Mariana Mondego

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Recitar poemas de Homero faz bem ao coração

Recitar poemas como os de Homero, que possuem uma métrica especial chamada hexâmetro jâmbico, pode fazer bem ao coração.
Por palavras mais exactas, o padrão de respiração que adquirimos quando estamos a ler poemas clássicos em voz alta permite, de acordo com um estudo recente, uma sincronia perfeita entre a respiração e os batimentos cardíacos. Esta conclusão decorre de uma experiência realizada com um número significativo de pessoas que, ao declararem a Ilíada com as pausas correctas entre os versos, não revelaram arritmias cardíacas. Este trabalho que recebeu o nome de "Oscilações da sincronia entre a respiração e os batimentos cardíacos durante a recitação de poemas", foi desenvolvido por um grupo de vários fisiologistas europeus e publicado recentemente na revista de Sociedade Americana de Fisiologia. O objectivo desta pesquisa não é criar uma terapêutica nova para pacientes que sofreram ataques cardíacos, por exemplo, mas sim encontrar evidências que ajudem a compreender melhor alguns aspectos desconhecidos do corpo humano. É que existem certos processos de regulação, responsáveis pela ocorrência entre diferentes funções psicológicas e o sistema cardio-respiratório, que ainda não estão cabalmente explicados pela ciência. Fenómenos homólogos já haviam sido verificados, de resto, durante a leitura oral de versos religiosos como o rosário católico ou o mantra "OM".

Imprensa diária, Agosto de 2004




Um texto que analisámos na aula de Português e que achámos interessante inserir no nosso blog para reflectir...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ESPAÇO CADIOPROTEGIDO®

O que é um Espaço Cardioprotegido®?

Um Espaço Cardioprotegido® é um local público onde existem em permanência Desfibrilhadores Automáticos Externos, bem como pessoas treinadas para os utilizar.

Quais as vantagens?

A capacidade de dar uma resposta eficaz aos seus utilizadores em caso de existência de um evento crítico de morte súbita de causa cardíaca.


Como funciona?

No espaço público é colocado um ou mais desfibrilhadores e é treinado o staff em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa. Em caso de paragem cardíaca são desencadeados os procedimentos de socorro de acordo com protocolos pré-estabelecidos até à chegada dos serviços de emergência. Este tipo de resposta aumenta a probabilidade de sobrevivência.


Como curiosidade, este aparelho já existe no local público mais recente de Leiria, o Leiriashopping.

Mais informação em: Espaço cardioprotegido


Filipa Carreira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

LATITUDE® no coração

A modernização nos sistemas de monitorização chegou à cardiologia.
Existe um novo sistema que transmite a informação aos médicos à distância. Chama-se LATITUDE® e é composto por um comunicador que recolhe os dados de aparelhos cardíacos usados pelo paciente e por sensores externos (por exemplo um medidor da pressão arterial). 
Estas informações são depois transmitidas para um servidor (através do telefone), gravadas e disponibilizadas aos médicos. Através de uma palavra-passe os cardiologistas podem saber o estado do coração pela internet. O LATITUDE® informa ainda sobre o estado do aparelho (carga ou problemas).


Por exemplo, se o doente tiver uma arritmia mais grave e o seu aparelho realizar uma desfibrilhação o médico recebe um alerta vermelho, de forma a puder actuar mais rapidamente. Este sistema permite ainda a redução do número de consultas de um doente cardíaco, evitando algumas deslocações e salas de espera.

Quanto a números, em 2009 foram implantados 120 aparelhos em Portugal, sendo que a média europeia corresponde a 270 implantes por cada milhão de habitantes. E, nos Estados Unidos, o número sobe para 600 por milhão.
Calcula-se que há 20% de pessoas em risco de desenvolver insuficiência cardíaca ao longo da vida. Na Europa, morrem por ano, devido a esta patologia, perto de 300 mil pessoas.

Este post foi baseado numa notícia do jornal Sol, por Joana Andrade (ver http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=9813)

Bom fim-de-semana
Beatriz Vala

sábado, 29 de janeiro de 2011

Doenças Cardiovasculares 3: Aterosclerose


Aterosclerose é uma doença na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Um ateroma é a matéria gordurosa constituída por colesterol, lípidos circulantes e ácidos gordos.


A mistura das gorduras e do colesterol infiltra-se no revestimento das artérias, estreitando-as e danificando-as. Uma vez estreitadas, as artérias ficam vulneráveis a um bloqueio total por um coágulo de sangue, como é possível observar na figura abaixo.


Fig.1: Formação de um coágulo


O estreitamento das artérias não afecta da mesma maneira os vasos sanguíneos do corpo, variando de pessoa para pessoa. Mais vulgarmente, o estreitamento tem lugar nas artérias coronárias que fornecem sangue ao coração, resultando doenças coronárias. Contudo, em certas  pessoas, as artérias coronárias mantêm-se razoavelmente saudáveis enquanto existe um grave estreitamento das artérias que fornecem sangue ao cérebro. Noutras, o estreitamento pode ser grave nas artérias que fornecem sangue às pernas. Isto pode causar dores nas pernas enquanto se caminha e gangrena nos pés. Se uma artéria ligada a um rim se estreitar, pode resultar uma subida da pressão arterial.


Fig.2: Estreitamento de uma artéria cerebral.



Fig.3: Estreitamento de uma artéria situada nas pernas











                                                                                          



Sintomas:


 De uma forma geral, a aterosclerose ou não produz sintomas até estreitar mais de 70% de uma artéria ou estes são tão progressivos e discretos que se tornam difíceis de reconhecer. Além disso, os sintomas dependem do local onde a doença se desenvolve.

Os sintomas mais comuns são então:

  • Dor em situações de esforço;
  • Cãibra em situações de esforço.



Mariana Mondego

domingo, 23 de janeiro de 2011

Actividade laboratorial - dissecação do coração de porco

No dia 21 de Janeiro de 2011 realizámos uma actividade laboratorial - dissecação do coração do porco. Esta actividade teve como objectivo principal entender a anatomia e fisiologia do coração. Identificámos, essencialmente, artérias, veias, ventrículos, aurículas e válvulas.
Um grande agradecimento à Professora Telma Freitas pela ajuda e disponibilidade. Aqui segue-se algumas fotos e mais tarde colocaremos o filme que realizamos desta actividade.